sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Efeito Borboleta

Nesses loucos tempos atuais, virou costume das ditas melhores famílias da sociedade, todos fazerem suas refeições diárias reunidos em volta do televisor. Muito além do costume, de forma vergonhosa nessa própria televisão, virou rotina ouvir manchetes nos telejornais de renome que, a cada dia vêm alertando o fim dos tempos.

Na pauta de violência, que se acomodou num certo modismo nas rodas de debate, o Rio de Janeiro se tornou sinônimo de caos, por meio de interpretações de inúmeras reportagens, que através dessas lança-se à maioria essa idéia de “inferno terreno”.

Se conseguíssemos parar um pouco e tentar avaliar a situação, refletir sobre todo o movimento, talvez nos encontraríamos atordoados por saber que não é só “lá fora” que tudo isso ocorre.

Acontece também com o filho da vizinha ao lado, que andando tranquilamente pela orla da cidade, foi surpreendida por cinco crianças, cada uma com arma em punho.Acontece também com a prima Maria, ameaçada de morte por ter denunciado um esquema de corrupção na repartição onde trabalha.Acontece ali pertinho, na esquina defronte onde você todo dia repousa sua cabeça no travesseiro à noite, se achando em segurança.

É chato quando tudo isso vai á tona em seu próprio mundo, se tornando episódios banais, indo de encontro ao ideal de sociedade proposto. Até quando podemos nos iludir a tal ponto?

“Jovem entra em cinema com arma automática e mata vinte pessoas a sangue frio”, é o que soa a manchete do Jornal Nacional de hoje. Toda essa família feliz pára, olha por segundos e imediatamente volta a se servir de um belo filé com batatas, em perfeita tranqüilidade.

Jonathan Pedreira

Olá pessoal, finalmente nós decidimos os dias certo para as colunas. Eu irei sempre postar nas sextas-feiras. Escolhi esse texto em especial pra abrir os olhos de quem ta dormindo em saber da realidade do seu mundo. Busquei inspiração do filme “Hotel Ruanda”, que retrata o descaso da população mundial perante a violência da guerra civil de Ruanda. Recomendo que o assistam, é muito bom. Até mais!




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