quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Eu prometo!

Em 5 de outubro de 2008, mais de 125 milhões de eleitores irão às urnas para escolher prefeitos e vereadores de mais de 5 mil municípios. Falta praticamente um ano, está acabando o prazo de troca de partidos para quem quiser se candidatar. - Aliás, cerca de 30 deputados federais que mudaram de legenda para disputar as eleições de 2008 estão correndo o risco de perder o mandato. - Como é muita gente para ser convencida, não faltarão propostas. Está aberta a temporada de idéias mirabolantes e soluções definitivas. É preciso cautela! Muita coisa boa pode ser perdida nesse bolo.

Em São Paulo, Levy Fidélix, fundador e presidente nacional do PRTB, deve mais uma vez defender a implantação do aerotrem. Um bom meio de transporte que, da forma como é apresentado, parece que vai ser capaz de resolver todos os problemas da cidade: da educação à segurança, passando pela saúde e, é claro, transporte. Há tantas eleições que Fidélix defende a idéia que fico pensando: será que o projeto, apresentado como de alta tecnologia há várias campanhas, já não está até obsoleto?

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro propôs a criação de casas blindadas em uma favela da cidade. A idéia foi rapidamente criticada por moradores, que acreditam que o dinheiro seria mais bem empregado em saúde e educação. Quem também não a achou nem um pouco interessante foi o professor Ronaldo Leão, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Para ele, as casas com argamassa à prova de balas se transformariam em fortalezas do tráfico. A questão levantada por Leão é muito mais nevrálgica e deveria ser uma das principais nas discussões eleitorais.

“Tem local na favela que não adianta fazer obra de milhões de dólares, porque não dá para morar ali. A Rocinha (na zona sul do Rio), quando tiver uma chuva igual à de 1988, vai rolar que nem um tapete e cair mar adentro. Vão morrer milhares de pessoas. Daí, o problema será resolvido, mas com o extermínio do favelado. É preciso criar bairros para que essas populações sejam transferidas, ou pelo menos parte”, disse Leão, descrente dos projetos de reurbanização atuais. “Pode botar teleférico, parque aquático, mas enquanto continuar essa aglomeração, terá um ambiente propício para a criminalidade. Quem já andou pela Rocinha e pelo Alemão sabe que é uma casa em cima da outra, é um inferno.”

Em resumo, na visão do especialista, ali não é lugar de morar. Está na hora de discutirmos seriamente a ocupação urbana nas principais cidades brasileiras. Muitos governantes e políticos em busca de votos e cargos dizem que é preciso urbanizar as favelas, dar título de propriedade aos ocupantes. Isso deve ser bem estudado. Muitas favelas, no Rio de Janeiro e em outras regiões metropolitanas, estão construídas em áreas de risco, em encostas.

A partir do momento em que o poder público legaliza essas construções, está dizendo que é seguro morar ali. Todo prédio recém-construído, para ter seu uso liberado, precisa de um habite-se, que só é fornecido após uma vistoria para verificar o cumprimento de um mínimo de normas de segurança. Ao fornecer esse documento, o município se torna, de certa forma, co-responsável pela construção. Será que os mesmos critérios seriam adotados para as moradias construídas em favelas? Ou será que após os votos esses cidadãos serão mais uma vez esquecidos?

PS.: Quem diria que a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo (SPLP) - ou SeALoPra (Secretaria de Assuntos de Longo Prazo), ou MiFu (Ministério do Futuro), como preferiam chamar os mais irônicos - teria vida tão curta?!


Opinião pessoal:Se aproximam as eleições municipais e vão realmente começar as promessas ,nós todos temos que fiscalizar isto ,os políticos regionais começaram a ir em seus bairros ,beijar a testa de seus filhos e fazer promessas ,não caiamos nessa de novo devemos questionar e procurar saber como tal candidato vai fazer o que promete ,apenas dizer que vai fazer não basta precisamos cobrar provas.

Matheus

Opinião pessoal:E lá vai chegando essa época em que todo o passado do político é esquecido e refeito buscando a glorificação perante ao povo. Pois é meu amigo, é muito difícil olhar o que virá e lembrar de momentos de outrora onde tudo acabou em pizza. Quanto a essa questão da do aerotrem, não seria prudente instalá-lo enquanto os próprios ônibus convencionais, no popular o “buzão”, não estejam em ordem.
Em relação às favelas, é um tópico muito complicado de se lidar levando em conta toda essa sociedade e hierarquia desmembrada, criada aos redores do tráfico. Enquanto não houver alguma atitude que resolva esse ponto, não adiantaria quaisquer movimentos lá dentro. Continuo rezando para que apareça um de nós lá no poder.

Jonathan Pedreira

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